Encontro debate desafios do setor de pimenta-do-reino
Questões fitossanitárias, apoio técnico, acesso a material genético, redução do custo de produção da pimenta-do-reino no Brasil e a agregação de valor ao produto foram apontados pelo diretor de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, (Mapa), Odilson Silva, como maiores desafios para o setor.
Silva participou da abertura da 37ª Reunião da Comunidade Internacional da Pimenta (CIP), na noite dessa segunda-feira (30), em Belém/PA.
O diretor levantou as oportunidades para o mercado brasileiro como a produção e a exportação de pimenta-do-reino orgânica, a indicação geográfica do produto e a promoção de campanhas para mostrar a história e a importância da especiaria nos contextos internacional e dos países membros da CIP. Silva afirmou que essas ações, bem articuladas, vão agregar valor e melhorar o comércio da pimenta-do-reino.
Odilson Silva lembrou também a importância da integração das ações da Comunidade Internacional da Pimenta com organizações internacionais que atuam para proteger a saúde dos consumidores, como o Codex Alimentarius, a Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais e a Organização Mundial de Propriedade Intelectual.
CIP – Vietnã, Índia, Brasil, Malásia, Indonésia, Sri Lanka formam a comunidade e, nessa ordem, aparecem no ranking de países que mais colhem pimenta-do-reino no mundo. Fundada em 1972, a CIP coordena as políticas de produção, exportação, controle de qualidade e uso do produto. Representantes dos países membros da comunidade se reúnem uma vez por ano e também atuam para estimular a pesquisa e o intercâmbio de informações e estatísticas. O Brasil ingressou na CIP em 1981 e sedia o encontro pela quinta vez.
Produção – A pimenta-do-reino foi introduzida no Brasil em 1933 pelos japoneses e teve como porta de entrada o Pará. O estado produz quase 90% do total nacional, seguido por Espírito Santo e Bahia. Por ano, são colhidas cerca de 40 mil toneladas de pimenta-do-reino no País, que ocupa o terceiro lugar entre os que mais cultivam o produto no mundo.
Efeitos medicinais da especiaria – Os integrantes da Comunidade Internacional da Pimenta (CIP) apoiam projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estuda os efeitos medicinais da especiaria.
“Existem várias notícias de que a pimenta tem efeitos medicinais, mas não há comprovações científicas. E esse projeto da OMS está buscando justamente isso”, explica o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (DSV/SDA/Mapa), Odilson Silva. O diretor, que também é o atual presidente da comunidade, acredita que se o resultado do projeto demonstrar os efeitos benéficos da iguaria para a saúde humana, os maiores produtores de pimenta-do-reino podem estimular o consumo mais consciente do produto.
Primeiro produto nas exportações – A pimenta-do-reino é o primeiro produto agrícola na pauta de exportação do Pará. Somente o comércio de minério de ferro e de madeira se equipara ao da iguaria na região. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, ficando atrás do Vietnã e da Índia.
Em média, o Brasil produz 40 mil toneladas de pimenta-do-reino por ano, quase 90% colhidas no Pará, com grande concentração nos municípios de Tomé-Açu, Castanhal e Baião. O restante da produção nacional sai do Espírito Santo e da Bahia e o consumo interno é de cinco a seis mil toneladas por ano. “Os maiores consumidores da pimenta-do-reino brasileira, 35 mil toneladas exportadas ao ano, são Estados Unidos e União Europeia”, destacou a técnica do Departamento de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Emídia Pereira.
(Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)