Archive for 2 de novembro de 2010

Encontro debate desafios do setor de pimenta-do-reino

Encontro debate desafios do setor de pimenta-do-reino

Questões fitossanitárias, apoio técnico, acesso a material genético, redução do custo de produção da pimenta-do-reino no Brasil e a agregação de valor ao produto foram apontados pelo diretor de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, (Mapa), Odilson Silva, como maiores desafios para o setor.

Silva participou da abertura da 37ª Reunião da Comunidade Internacional da Pimenta (CIP), na noite dessa segunda-feira (30), em Belém/PA.

O diretor levantou as oportunidades para o mercado brasileiro como a produção e a exportação de pimenta-do-reino orgânica, a indicação geográfica do produto e a promoção de campanhas para mostrar a história e a importância da especiaria nos contextos internacional e dos países membros da CIP. Silva afirmou que essas ações, bem articuladas, vão agregar valor e melhorar o comércio da pimenta-do-reino.

Odilson Silva lembrou também a importância da integração das ações da Comunidade Internacional da Pimenta com organizações internacionais que atuam para proteger a saúde dos consumidores, como o Codex Alimentarius, a Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais e a Organização Mundial de Propriedade Intelectual.

CIP – Vietnã, Índia, Brasil, Malásia, Indonésia, Sri Lanka formam a comunidade e, nessa ordem, aparecem no ranking de países que mais colhem pimenta-do-reino no mundo. Fundada em 1972, a CIP coordena as políticas de produção, exportação, controle de qualidade e uso do produto. Representantes dos países membros da comunidade se reúnem uma vez por ano e também atuam para estimular a pesquisa e o intercâmbio de informações e estatísticas. O Brasil ingressou na CIP em 1981 e sedia o encontro pela quinta vez.

Produção – A pimenta-do-reino foi introduzida no Brasil em 1933 pelos japoneses e teve como porta de entrada o Pará. O estado produz quase 90% do total nacional, seguido por Espírito Santo e Bahia. Por ano, são colhidas cerca de 40 mil toneladas de pimenta-do-reino no País, que ocupa o terceiro lugar entre os que mais cultivam o produto no mundo.

Efeitos medicinais da especiaria – Os integrantes da Comunidade Internacional da Pimenta (CIP) apoiam projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estuda os efeitos medicinais da especiaria.

“Existem várias notícias de que a pimenta tem efeitos medicinais, mas não há comprovações científicas. E esse projeto da OMS está buscando justamente isso”, explica o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (DSV/SDA/Mapa), Odilson Silva. O diretor, que também é o atual presidente da comunidade, acredita que se o resultado do projeto demonstrar os efeitos benéficos da iguaria para a saúde humana, os maiores produtores de pimenta-do-reino podem estimular o consumo mais consciente do produto.

Primeiro produto nas exportações – A pimenta-do-reino é o primeiro produto agrícola na pauta de exportação do Pará. Somente o comércio de minério de ferro e de madeira se equipara ao da iguaria na região. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, ficando atrás do Vietnã e da Índia.

Em média, o Brasil produz 40 mil toneladas de pimenta-do-reino por ano, quase 90% colhidas no Pará, com grande concentração nos municípios de Tomé-Açu, Castanhal e Baião. O restante da produção nacional sai do Espírito Santo e da Bahia e o consumo interno é de cinco a seis mil toneladas por ano. “Os maiores consumidores da pimenta-do-reino brasileira, 35 mil toneladas exportadas ao ano, são Estados Unidos e União Europeia”, destacou a técnica do Departamento de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Emídia Pereira.
(Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

Teca tem potencial a ser explorado

Teca tem potencial a ser explorado

28/06/10 – 00:00

Curitiba – Guilherme Schuhli, da Embrapa Florestas, destaca que existe a possibilidade de produção de teca em mais regiões no Brasil, mas isso depende de pesquisas

“Dentro dessa espécie, temos uma variedade enorme de subtipos que se aclimataram a regiões diferentes daquelas com clima parecido com o do Sudeste da Ásia. O que nós recebemos foi uma amostra disso apenas. Houve um teste em 1995, feito por uma instituição responsável por pesquisa florestal no Espírito Santo, em que foram comparados vários tipos de procedências de teca e foi escolhido o melhor tipo para o Brasil. Mas essa escolha foi feita com uma amostra muito pequena”, relata o pesquisador. “Testes podem fazer com que a gente descubra uma área de distribuição um pouco maior do que pensamos que possa acontecer com a teca no Brasil.”

Schuhli aponta que, conforme a variedade de tipos de teca e a análise de ciclos, é possível cogitar vários usos da árvore na produção florestal brasileira, como já acontece com o eucalipto, por exemplo, cujos ciclos variam conforme o objetivo.

“O eucalipto tem a destinação para celulose, para a produção de papel, para produção de lenha para fazer carvão, para móveis. Esse tipo de perfil ainda não temos para a teca, mas podemos pensar em trabalhar destinações diferentes. Árvores para produzir painel, para laminados, para madeira para fins navais”, explica.

O pesquisador acredita em outras possibilidades para a exploração da teca no Brasil, entre elas plantios para subsidiar planos de investimento e o restabelecimento de florestas nativas. “Ela não é uma espécie nativa aqui, mas ela abre caminho para que a floresta nativa se restabeleça embaixo dela. Muitas das árvores nativas de uma floresta saudável crescem sob uma competição de luzes, estão adaptadas à sombra. Se pegarem sol direto, isso é prejudicial para elas. A teca cresce muito rápido e oferece essa sombra. Então, pode ser uma alternativa para restabelecer florestas”, detalha Schuhli.

“Imagine para um pequeno produtor: ele pode plantar teca nos limites da área dele para restabelecer a área de floresta nativa e ainda pode extrair a teca quando essa área estiver se estruturando. Se hoje estamos exigindo do produtor essa disponibilidade de reserva legal, a teca pode ser uma alternativa. Não podemos ser levianos, isso precisaria de um trabalho para ver quanto a área suporta de teca, quanto tempo, se é viável para o pequeno agricultor, se ele encontra mercado depois”, afirma o pesquisador. Ele aponta que a interação do plantio de teca com lavoura e pecuária “interessa muito à Embrapa” e na Ásia já foi aplicada com sucesso.